O que é?
Doença de causa desconhecida, o vitiligo caracteriza-se pela presença de manchas acrômicas (sem pigmentação) na pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (células responsáveis pela formação do pigmento melanina, que dá cor à pele) nos locais afetados.
A causa disto ainda não está clara mas fenômenos auto-imunes parecem estar associados ao vitiligo. Além disso, é comum a correlação com alterações ou traumas emocionais que poderiam atuar como fatores de desencadeamento ou agravação da doença.
Manifestações clínicas
As manchas típicas do vitiligo são brancas, com total ausência de pigmento. Têm limites bem definidos e podem apresentar um fino halo de pele mais escura ao seu redor. As lesões não apresentam quaisquer sintomas.
O vitiligo costuma atingir principalmente a face, extremidades dos membros, genitais, cotovelos e joelhos, mas pode chegar a acometer quase toda a pele. Quando atinge áreas pilosas, os pêlos ficam brancos.
O vitiligo tem curso crônico. Não há como prever a evolução da doença, que pode permanecer estável durante anos, voltar a se desenvolver ou regredir espontaneamente. Em um mesmo paciente podem ocorrer simultaneamente a regressão de algumas lesões enquanto outras se desenvolvem.
Uma característica da doença é que ferimentos na pele podem dar origem a novas lesões.
Apesar do vitiligo não causar nenhum prejuízo à saúde física, as alterações estéticas muitas vezes causam distúrbios psicológicos que podem prejudicar o convívio social. O grau de comprometimento emocional pode acabar interferindo negativamente na evolução da doença. Quando necessário, o acompanhamento psicológico dos pacientes em tratamento pode ser fundamental para um bom resultado.
Tratamento
O vitiligo se apresenta de forma e intensidade variada em cada paciente, portanto, o tratamento indicado pelo dermatologista deve ser individualizado, de acordo com cada caso.
Medicamentos que exercem ótimos resultados em alguns pacientes podem não ter efeito algum em outros. Muitas vezes, os resultados parecem estar mais relacionados ao paciente tratado do que ao tratamento em si.
As medicações visam corrigir as alterações imunes responsáveis pelo processo de despigmentação ou estimular os melanócitos presentes nas lesões a produzirem a melanina.
A repigmentação das lesões se dá a partir dos folículos pilosos, formando-se pontilhado pigmentar dentro das manchas. Estes pontos aumentam progressivamente coalescendo para fechar a lesão (foto abaixo).
Com o alargamento dos pontos pigmentados, estes começam a se unir e acabam por fechar as áreas sem pigmentação entre eles, repigmentando as manchas progressivamente, o que pode levar ao seu desaparecimento completo.
Nos casos de vitiligo estável (quando não surgem novas lesões e as existentes não aumentam de tamanho), algumas técnicas cirúrgicas promovem a transferência de melanócitos obtidos em áreas de pele saudável para a área afetada. Uma vez incorporados ao tecido estes iniciam a produção de melanina repigmentando a lesão.
O vitiligo é uma doença que tem tratamento, mas este é demorado e exige paciência. No caso das crianças, é importante que os pais tentem se controlar para não transmitir sua ansiedade para elas, fazendo-as pensar que sofrem de uma doença grave, o que só trará dificuldades ao tratamento. É importante lembrar que o vitiligo não traz nenhuma alteração de saúde apesar do grande distúrbio estético.